Eloy Figueiredo
Terça-Feira, 15 de Janeiro de 2008 |
ELOY FIGUEIREDO – Filho de José Jeronymo de Figueiredo e Clara Leonida de Figueiredo, nasceu na localidade de Ribeirão Pequeno, município de Laguna/SC, em 1º de dezembro de 1904. Fez o curso primário na Escola Estadual de Ribeirão Pequeno, de 1911 a 1915. Cursou o 2º grau no Colégio São José de Tubarão/SC , de 1916 a 1917 e Colégio Lagunense de Laguna/SC, de 1918 a 1920, respectivamente.
De 1921 a 1922 trabalhou no comércio de seu pai. De 1923 a 1924, exerceu atividade profissional na mineração de Butiá/RS e no porto de Rio Grande/RS. O fato curioso é que para Butiá/RS, ele saiu de Ribeirão Pequeno a pé, até aquela cidade gaúcha, tendo levado alguns dias de viagem. De 1925 a 1940, já de retorno a sua terra natal, trabalhou como agricultor e pequeno empresário na indústria de bebidas, sendo que a principal bebida industrializada era cachaça, cuja venda era feita, principalmente em Imbituba/SC, transportada em canoas pela lagoa (Mar de Dentro) até Vila Nova e depois levada em carros de bois até Imbituba.
Iniciou sua carreira na atividade comercial, em 1941, instalando, no conhecido Encruzo da Vila, em Vila Nova, uma pequena bodega de gêneros alimentícios. Três anos mais tarde ampliou seu comércio para secos e molhados. Em 1950, instalou uma filial no centro da cidade de Imbituba, somente com loja de tecidos, confecções e calçados. Alguns anos depois abriu mais algumas lojas do ramo em Imbituba e Laguna. Exerceu atividade profissional como comerciante até 1978.
Faleceu, em Imbituba, em 12 de dezembro de 1986, com 82 anos.
É de bom alvitre apresentar alguns tópicos justificativos, os quais somados a outros predicados, dos quais merecem destaque a simplicidade e honestidade, formam um elenco altamente positivo, no sentido de que o nome de Eloy Figueiredo, que hoje figura como designação de uma importante rua do município de Imbituba, seja sempre lembrado, orgulhosamente, por todos os munícipes, dentro da comunidade lagunense e imbitubense.
Quando ainda residia em Ribeirão Pequeno, um acontecimento chamou a atenção de todos pela liderança em defesa de sua localidade, exercida por Eloy Figueiredo. No início do ano de 1932, um abastado senhor residente em Laguna, pretendia apossar-se de imensa gleba de terra na localidade de Ribeirão Pequeno, incluindo todo o logradouro da “Barra da Rio”, tanto em Ribeirão Pequeno como em Parobé, o que traria enormes prejuízos aos habitantes daquelas localidades. Eloy Figueiredo, mesmo enfrentando o poderio econômico do turbador, liderou um movimento de resistência, agrupando em favor de sua causa, mais de cinqüenta homens da localidade e conseguiu defender os interesses dos moradores de Ribeirão Pequeno e Parobé, tendo, posteriormente ao movimento de defesa, contratado o então famoso advogado lagunense, Dr. João de Oliveira, para legalizar, na esfera judicial, todo o litígio.
Já, nos longos anos radicados em Imbituba, procurou sempre colaborar, dentro de suas limitações, pelo engrandecimento do município. A respeito da participação deste pioneiro e tradicional comerciante de Imbituba, em prol de sua cidade, podemos destacar, dentre os demais, dois fatos de grande repercussão na época.
Em 1945, residia em Vila Nova, onde já se destacava na vida social e profissional. Graças ao seu empenho, junto às autoridades constituídas e às suas expensas, conseguiu puxar a sonhada luz elétrica para o conhecido Encruzo do Porto da Vila, vindo beneficiar, enormemente, os moradores da localidade.
Em 1955, já radicado no centro de Imbituba, existia, então, neste distrito, um único estabelecimento de crédito para transações bancárias, o Banco Indústria e Comércio de Santa Catarina S.A. (INCO). Dada a insuficiência de depósito, o Banco ameaçou fechar suas portas. Eloy Figueiredo, principal comerciante do então distrito e preocupado com seu desenvolvimento, não mediu esforços e aliado a duas outras maiores empresas de Imbituba, garantiu a permanência do Banco aos imbitubenses, suplementando com seu próprio dinheiro o depósito necessário.
Portanto, tanto em Vila Nova, como na sede do município, o nome de ELOY FIGUEIREDO deve sempre ser lembrado por todos imbitubenses.
Ademais, a pujança de sua atividade comercial, a qual lhe rotulou, na época, como uma das pessoas mais ricas dos municípios de Laguna e Imbituba, aliada ao seu rigoroso critério de honestidade, foram dentre outros, os predicados formadores de seu admirável caráter, reconhecido por todos que lhe conheceram.
Já, meu saudoso e querido irmão Antônio, referindo-se a seu pai, foi autor do seguinte texto poético:
“ Símbolo da honestidade
Trabalhador incansável
De nossa memória não sai
Despido de vaidade
Um lutador implacável
Caráter de nosso Pai!
Nascestes forjado para o trabalho
Com destemor escrevestes tua história
Lutas travastes desde primeiro entalho
Mas, conseguistes afinal a vitória
Fizestes da agricultura primeira profissão
Fabricavas açúcar mascavo e aguardente
Nas ricas terras do Vale do Tubarão
Com braços fortes e coração ardente
Cedo perdestes teu progenitor
Ainda em plena mocidade
Duas famílias tornastes protetor
Grande era tua responsabilidade
Muito grande era o peso
Mas, enfrentavas com galhardia
Pois em tua trajetória penso
Não existir a covardia
Em Ribeirão era engarrafado
O aguardente produzido
Na canoa era transportado
Em Imbituba era vendido
Contra ventos navegavas
Sem ao menos descansar
Tua perícia usavas
Na arte de bordejar
Alçavas vela e navegavas
Na tua velha canoa
Vento sul forte empurrava
Fazendo espuma na proa
Teu crédito era ilimitado
Graças a tua honestidade
Teu caráter era invejado
Grande a tua sagacidade
Na rua que emprestas teu nome
Teu lar foi trasladado
Memória a um verdadeiro homem
Um museu ali foi criado
Devemos ao Guiso a gratidão
Por ter inserido em tua memória
Com decoro e galardão
Parte de tua brilhante história
Hoje teus restos mortais
Há tempo que lá se vai
Em Vila Nova ali estás
Adeus, Adeus, nosso P A I !
Enviado por: Manoel Ananias Figueiredo – Guiso
Comentários
1 – Laerte Silva 19/02/2008
Mesmo sem conhecer toda esta história e navegando nos comentários do site do Ribeirão Pequeno já havia notado, pela inteligência de mais de um Fiqueiredo ligado a este Srº, que o mesmo era de uma inteligência impar e com visão no futuro. E os resultados aqui mesmo se apresentam com redações belíssimas e com um respeito memorável.
2 – Vinícius dos Santos Figueiredo 09/04/2008
É com muit honrra que leio a história de vida e lta do meu bisavô, um exemplo para todos os que conheceram. Acho importante reconhecer o trabalho do advogado Manoel Ananias Figueiredo, que faz de todos seus esforços para preservar e passar a diante a história de vida de seus amados pais.
3 – sarita costa de figueiredo 21/05/2008
Fiquei muito feliz e orgulhosa de ver minha família nas páginas da net, sou FIGUEIREDO, pura raça.
4 – Eloi Jose Figueiredo Neto 02/07/2008
Fiquei muito feliz e emocionado de ver a biografia escrita pelo meu pai referente ao meu avô. Este tipo de iniciativa feita por este site é muito importante para que possamos preservar a história da nossa gente. Obrigado.
5 – Maryah dos Santos Figueiredo 21/07/2008
É lamentável eu não ter tido o prazer de conhecê-lo fisicamente, mas sendo o vô Eloy uma personalidade admirável e com tantas história e lições, poderemos sempre conhecê-lo e reconhecê-lo através do tempo e da memória, como um personagem, uma alma imortal.
6 – Yuri Munir Igor Alves Guimarães Figueiredo 31/07/2008
Saudades do vô Eloy… “Cuidado com estas canoas;vão só com água até o joelho”-preocupava-se ele quando seus netos saíam para surfar. Seriedade quando preciso e honestidade não se ensinam nos livros:agradeço pelas lições e sua lembrança é um forte incentivo para continuar tentando.
7 – Beatriz dos Santos Figueiredo 07/08/2008
Queria ter conhecido meu bisavô Elói, muito me alegra saber que foi um bom homem, foi empreendedor, honesto e trabalhador.
8 – Valeska Figueiredo 27/08/2008
Eu tinha apenas 8 anos quando o vô Eloy faleceu. Mas, por incrível que pareça, eu tenho várias lembranças dele. Recordo de suas risadas quando eu fazia um comentário infantil e espontâneo sobre sua fisionomia, de suas caminhadas pelo centro de Imbituba com chapéu na cabeça e bengala na mão, de seus momentos diários de oração… Era um homem de valores sólidos, imensa integridade e que sabia honrar sentimentos que se fazem mais do que nunca necessários nos nossos dias atuais: a honestidade e a austeridade. Agradeço a meu pai por manter a história de meu avô presente e assim revigorar tais sentimentos em cada um dos que tiveram a sorte de lhe conhecer ou ao menos tem a chance de saber um pouco de sua história.
9 – Walter 29/05/2010
Sou filho de Ildefonso Duarte, que pelo que me falava era primo de Eloi Figueiredo , nunca entendi muito , mais hoje lendo esta biografia , vi que aparece no nome materno de sr Eloi o (Leonida) que tambem era sobrenome da minha vó. Deve ser por ai que ele se dizia primo. Tenho uma istoria que ouvi de Eloi que morrerei com certeza e nunca vou esquecer, e só por esta imagino como era esperto nos negócios. Ligado, não desonesto. Tive o prazer de conhece-lo
10 – Manoel Ananias Figueiredo 17/07/2010
Walter, tu estás certo. Meu pai, Eloy Figueiredo, era filho de Clara Leonida, a qual era irmã de tua avó, Francisca Leonida e que carinhosamente nós chamávamos de “Tia Chica”, que por sua vez era mãe de teu pai, o “Fonso”. Ela teve ainda outra irmã, a querida e saudosa “Tia Eulália”. Tive o prazer de conhecê-los todos. O “Fonso”, inclusive, muitas vezes se hospedou na casa de meus pais, aqui em Imbituba, quando ele vinha fazer a venda de queijo. Nós tínhamos muito carinho por ele. Como é prazeroso e cultural falar de nossos queridos e saudosos familiares, os quais só nos transmitiram tudo de bom.
11 – Dra Erecina Figueiredo 28/07/2011
Sou filha de Agenor Figueiredo, irmão do tio Eloy. Meu pai sempre falava com carinho do seu irmão, nunca o ouvi fazer uma crítica apenas elogios. Conheci o tio Eloy e a tia Toda quando frequentei a casa deles em Imbituba, eles foram sempre carinhosos com os sobrinhos que os visitavam.Tenho lembranças agradáveis daquele tempo e isso é que é importante .
12 – Artur de Bem Duarte 11/04/2014
Seu Eloy e D. Toda, pessoas sensíveis e queridas. Me lembro de algumas vezes ter ficado na casa deles, em Imbituba, com meu pai (ILDEFONSO DUARTE). Pessoas acolhedoras e simpáticas. Tinham um genro chamado Manoel Martins (pessoa muito querida, igualmente). Lembro ainda da Ana Clara. Eu sou o filho mais novo de Ildefonso e Felícia de Bem Duarte, de Ribeirão Pequeno. Felicidades para os filhos, netos e bisnetos do Sr. Eloy e Dona Toda.
É uma história muito bonita e emocionante fico muito feliz de fazer parte da família.